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No último sábado (23), a Administração Municipal, por meio da Secretaria de Cultura, realizou o Concurso de Poesias, que abriu o Circuito dos Escritores Formiguenses. Foram apresentados os 13 trabalhos literários inscritos e o corpo de jurados escolheu as 5 poesias que receberão as premiações previstas.
Enquanto os participantes e o público presente aguardavam o resultado, a cantora formiguense Kakal Chaves, que também participou do concurso, fez uma apresentação musical ao violão. No concurso, houve um empate na 4ª e 5ª colocações e, assim, conforme consta no regulamento, a premiação das duas posições será somada e distribuída igualmente aos dois autores. Na oportunidade, os 3 primeiros colocados receberam troféus que foram entregues pelo Secretário de Cultura, Alex Arouca.
Conheça as 5 poesias vencedoras e seus autores:
✅ 1º Lugar: Cidade da folha (Gustavo Arantes Montijo)
✅ 2º Lugar: Formigar (Mariane Oliveira de Sousa)
✅ 3º Lugar: Cidade Natal (Luana Beatriz Antenor Guimarães)
✅ 4º Lugar (empatadas):
➡️Formiga: terra da felicidade (Victor Marques Paiva Alves)
➡️ Lembranças da infância (Lirlaine Cristina Vaz de Oliveira)
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Cidade da folha
Autor: Gustavo Arantes Montijo
Em minha terra natal
no alto do morro do Rosário
chega atrasada a procissão das nove horas
unidos levam flores e reza
num caminhar lento, como formigas
em direção ao formigueiro.
A cidade paralítica
ao som dos tambores de 6 de junho
que estremecem a alma dos moradores
renovam as energias, em ritmo acelerado
é Dia de Festa!
Ao fim do entardecer
no verão de Janeiro
uma explosão de cores
atinge minha terra natal
A Lagoa, bem ao fundo
se pinta como uma aquarela
é bonita...
é bonita esta lagoa.
O arco-íris que chega
após a tempestade matinal
reflete o brilho das crianças
que correm entre os ipês amarelos
caçando borboletas pelo parque
sem medo do fim.
Vou partir para longe daqui e
não vou aguentar assistir minha última tarde cair
como cai uma folha
nessa pequena cidade.
Sempre sonhei
com um lugar para descansar
mas impossível achar
como a sombra de uma folha.
Formigas adoram folhas
eu adoro Formiga
irônico, não?
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Formigar
Autora: Mariane Oliveira de Sousa
Eu gosto da língua portuguesa
pois ela nos permite brincar,
vejam só a riqueza,
para o neologismo criar.
Virou verbo a minha cidade,
em pretérito, presente e futuro,
sempre nos traz felicidade,
e respeitá-la assim eu juro.
São dela as minhas raízes,
quais me ensinaram os valores,
onde vivemos felizes,
desfrutando os seus sabores.
Sabe acolher quem chegar,
seja forasteiro ou nativo,
então quero o verbo conjugar,
no presente do indicativo.
Eu Formigo,
Tu Formigas,
Ele/ela Formiga,
Nós Formigamos,
Vós Formigais,
Eles/elas Formigam.
Virou verbo a minha cidade,
em pretérito, presente e futuro,
sempre nos traz felicidade,
e respeitá-la assim eu juro.
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Cidade Natal
Autora: Luana Beatriz Antenor Guimarães
Toda vez que pego o ônibus e retorno à minha cidade eu
vejo o símbolo do rotary, bem no trevo
Me lembro das coisas da infância que fazia
e hoje o que resta é a saudade
Os amigos, as descobertas, as brincadeiras,
só de lembrar meu coração chega a palpitar
meio sem ritmo ele acelera como se dançasse frevo.
Vamos descendo e vai apontando a Abílio Machado,
quase igual era antigamente: as casinhas, algumas lojinhas
até as senhorinhas sentadas nos banquinhos
penduradas em seus alpendres conversando coisas triviais
olhando cada carro que passa, sabendo exatamente
quem é filho de quem, quem separou de quem,
quem engravidou alguém, a memória, não falha jamais.
E o ônibus vai descendo e vejo o cristo da igreja do sagrado
a torre, o relógio, o posto ,o mercado, o sinal...
É cheguei, estou de volta na minha cidadezinha
hummm sinto o cheirinho do pão de sal
O ônibus pára e pulo, bem no ponto do cemitério
Olho e reflito o quanto a vida é breve
E que temos que vivera desvendar esse mistério
de fazer com que nossa existência seja feliz
justa e ao mesmo tempo, leve.
Me sento embaixo de uma àrvore,
olhando para a linha do trem,
imersa nas minhas memórias de infância,
quando sou docemente interrompida por uma daquelas senhorinhas,
ela me pergunta se estou perdida ou até passando mal
Eu sorrio, e digo que não, estou apenas reconhecendo o vento,
o cheiro e o calor que tem Formiga a minha cidade natal.
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Formiga: terra da felicidade
Autor: Victor Marques Paiva Alves
Há quem diga que Formiga
é só uma pequena cidade
sem grandes oportunidades
mas se a felicidade se encontra é no caminho
reviro minhas lembranças de menino
e falo com carinho do meu ninho
Formiga: terra da felicidade!
Na minha infância arteira
quando vovó ainda era ligeira
felicidade era comer o pastel da feira.
Quantas lembranças e riquezas!
Mas nenhuma delas se assemelha
aos domingos de fim de tarde
no meu bairro Água vermelha
Toda manhã, ouvia com atenção
o Claudinê que além de ourives
era mestre da informação
do outro lado do rádio, emendava um causo,
logo em seguida ele dizia
que o Toninho estava “doidão”
e me convencia que preço baixo era no”kit sacolão”.
Lembro do trem na estação
trazendo carga no vagão
como a saudade dos momentos que trago no coração
Na praça da matriz, fui muito feliz,
brincava e me encantava com a fonte luminosa
desfrutava das belezas das árvores
das paisagens e das histórias de vida
escritas nessa cidade
Formiga sempre foi terra da felicidade!
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Lembranças da infância
Autora: Lirlaine Cristina Vaz de Oliveira
Guardo na memória, preciosas vivências
Dos meus tempos de menina,
na minha terra de Formiga.
Do bairro que foi o meu lar,
eu guardei comigo
O olhar bondoso dos vizinhos
E o doce gosto de ter meus amigos.
Cidade Nova, terra de gente simples
Morada de sonhos e esperanças.
Dela, guardo no peito a lembrança
da minha primeira casa
E da minha despedida.
Foi dessa terra que me viu crescer
Que eu fui seguindo
Ganhando força, inventando coragem
Feito semente, ao germinar,
Eu fui crescendo
Virando gente pelo mundo afora,
Guardando memórias pelo peito adentro
Do tempo de criança
No mundo de agora…
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